Práticas contemplativas

A vida contemplativa não é uma vida em suspensão, inativa, intocada pelas irritações da realidade, das injustiças do mundo e da produtividade do trabalho. A vida contemplativa precisa ser compreendida em todo seu espectro, que abarca todos os ramos de uma vida humana (biopsicossocial e espiritual).

Para ajudar a compreender essas dimensões, trouxemos aqui a Árvore das Práticas Contemplativas.

O uso de práticas contemplativas esta em ascensão, passando a ser promovido e oferecido em ambientes da saúde, por empresas e instituições de ensino;

Os efeitos benéficos das práticas não estão confinados a retiros e experiências pontuais, mas se estendem para a vida cotidiana de quem pratica;

As práticas de meditação são conhecidas por quase todos hoje em dia. Mas o que exatamente é prática contemplativa ou estudos contemplativos?

As práticas contemplativas envolvem coisas como meditação, exercícios respiratórios, relaxamento consciente, canto de mantras. Qualquer tipo de atividades diárias que possam criar condições para cultivar a contemplação, incluindo, mas não se limitando a dança, poesia, arte, música, escrita, audição, canto e jardinagem.

Estamos cientes de que algumas práticas tratam de espiritualidade, autotranscedência ou algo além da saúde e do bem-estar. Sabemos que tais práticas nem sempre são passíveis de avaliação empírica.

Nesses contextos, é necessária uma consideração cuidadosa sobre como as práticas se alinham com os objetivos pessoais, bem como sobre como essas práticas são compreendidas entre aqueles que as praticam. É nestes contextos que acreditamos ser essencial que as pessoas estejam conscientes do que estão a praticar e o que podem esperar da sua prática.

As práticas contemplativas desempenharam um papel proeminente em muitas das principais tradições religiosas e espirituais do mundo e também desempenharam um papel significativo em muitos aspectos da filosofia e da ciência que remontam a algumas das primeiras civilizações. Contudo, vale a pena notar que estas práticas faziam muitas vezes parte de um contexto mais amplo que visava facilitar um modo de vida (ético) particular. Raramente foram usados como práticas autônomas para aumentar a atenção, facilitar o foco ou muitos dos outros usos que muitas vezes são feitos hoje. Digno de nota no Budismo é que a meditação foi historicamente realizada apenas por um grupo seleto e era apenas uma parte de um conjunto multifacetado de compromissos e práticas.

A secularização destas práticas de modo a que possam ser utilizadas fora das práticas espirituais ou religiosas é também uma abordagem relativamente moderna.

Desenvolvidas milenarmente em diferentes tradições de conhecimento, oriundas de diferentes culturas humanas, compreendem um conjunto amplo de abordagens técnicas e fundamentos conceituais, elaborados, testados e refinados ao longo do tempo. Nas últimas décadas, o interesse crescente em sua difusão e aprendizagem tem propiciado variadas iniciativas profissionais para o desenvolvimento e a implementação de programas para ampliar seus benefícios para a sociedade como um todo. Em diversos países centenas de instituições de saúde, de educação, de empresas e instituições governamentais têm incluído em seus serviços a oferta de práticas contemplativas.